Você está trabalhando na função certa?

Nosso trabalho na área de Saúde e Segurança no Trabalho é muito dependente dos relacionamentos que conseguimos manter com colegas/chefes e, também, da nossa capacidade de “ler” as pessoas.

É importante que, ao conversar com alguém, consigamos entender o seu contexto, as suas tarefas, as suas metas… Isso ajuda a ver se as medidas que vamos propor são viáveis, práticas e não vão tornar a vida daquela pessoa um inferno. 😉

Não seja um sargento de filme de guerra!

Em muitos casos, porém, falta essa sensibilidade aos envolvidos. Veja esses casos reais:

  • Caso 1: Empresa sem SESMT e sem CIPA. O trabalhador escolhido para ser o “designado da CIPA” era o responsável pelo PCP (Planejamento e Controle da Produção).

Agora pense: se ele puder escolher entre parar um equipamento por algum problema de segurança, comprometendo assim a produção e as suas metas ($$), ou não parar e tocar enquanto der… Qual será a escolha dele?

  • Caso 2: SESMT com engenheiro de segurança em tempo parcial.

O engenheiro, além de ser o EST do SESMT, era o engenheiro ambiental da empresa e, pasmem, responsável pelo setor de compras. Com tantas demandas, claro que as de segurança do trabalho ficavam para depois…

  • Caso 3: Empresas com empregados terceirizados, onde os encarregados das terceiras odiavam o técnico de segurança da contratante.

O motivo alegado: o técnico esculachava os encarregados na frente das suas equipes, deixando-os “desmoralizados”. Não havia nenhuma sensibilidade no trato com as pessoas!

Todos esses casos ocorreram no intervalo de duas semanas, e se somam a muitos outros que já vi ao longo de mais de 10 anos de auditoria em SST…

O que eles têm em comum? Falhas na gestão de pessoal – tanto por parte das empresas quanto dos próprios profissionais (sim, eles também têm sua parcela de responsabilidade, e você já vai entender o motivo).

E sim: em todos os casos, as condições de saúde e segurança nos locais deixavam MUITO a desejar…

Você está trabalhando na função certa?

Claro, adoro ser engenheiro/técnico em segurança do trabalho! Não me vejo em outra área!

Ok, mas a pergunta não era sobre a área, e sim sobre a função que você exerce.

A “área” e a “função” são coisas totalmente diferentes.

Dentro da área de SST, ser membro de um SESMT não é a única função disponível. 😉

Você pode, por exemplo:

  • Trabalhar em uma empresa que presta assessoria;
  • Ser um consultor independente;
  • Trabalhar em empresas que vendam soluções como sistemas de ventilação, EPIs etc;
  • Ser professor em cursos de especialização ou em empresas que prestem treinamentos;
  • Trabalhar com pesquisa, como é o caso dos pesquisadores da Fundacentro e de alguns órgãos de vigilância à saúde;
  • Ser perito;
  • Ser Auditor Fiscal do Trabalho ?

Cada função é mais adequada para um determinado perfil pessoal.

Por exemplo: se você é extremamente tímido e tem dificuldade em conversar com estranhos, ser um consultor independente, vendedor, professor ou auditor fiscal talvez não seja uma boa escolha…

É preciso que você conheça seus pontos fortes e, com base neles, escolha uma função em que você seja mais feliz e produza resultados melhores (e, consequentemente, ganhe mais!).

Como conhecer nossos pontos fortes?

O autoconhecimento e o processo de desenvolvimento pessoal são coisas que temos que fazer por nós mesmos. Somos os principais interessados!

Mas, para isso, podemos fazer uso de ferramentas que já estão desenvolvidas – e se puderem não custar caro, melhor ainda. 😉

Uma boa ferramenta, e que me ajudou bastante em um momento de “crise”, é o livro Descubra seus pontos fortes, de Donald Clifton.

Você talvez ache que saiba quais são os seus pontos fortes, mas muito provavelmente está errado. Eu estava. :-/

E o que é pior: é possível que você gaste muito tempo tentando “corrigir” seus pontos fracos, em vez de desenvolver seus pontos fortes.

Veja uma breve descrição do livro no vídeo abaixo, do canal Seja uma Pessoa Melhor no Youtube – se você não conhece, sugiro de coração que se inscreva. Tem conteúdos sensacionais!

Se você tiver condições e estiver se sentindo um pouco desconfortável com o que está trabalhando nos últimos tempos, ou se quiser dar um novo rumo para sua vida, leia esse livro.

Conhecer seus pontos fortes vai ajudar você a traçar seu caminho orientado por eles.

Ainda que você não mude de vida totalmente por enquanto (afinal, as contas precisam ser pagas! 🙂 ), suas decisões vão sendo guiadas por essa “luz” e, aos poucos, você vai construindo uma vida mais adequada aos seus talentos.

Isso trará resultados para você (que tende a ganhar mais $$ e ser mais feliz), para a sua família e para os seus colegas. Todos querem trabalhar com alguém competente, motivado e satisfeito!

Cheque as opiniões dos leitores no site da Amazon e veja se o livro pode ser bom para você também! Ele está disponível nos links a seguir:

Descubra Seus Pontos Fortes


Se você achar que ele pode ser legal para você, compre, faça o teste online (o livro vem com um código para acesso) e, com os resultados, pense no que tem feito e no que poderia fazer no futuro.

Não deixe de investir no seu crescimento. O autoconhecimento é um tesouro muito precioso e que ninguém pode roubar de você! 🙂

Até a próxima!

Cibele Flores

Engenheira Mecânica, Engenheira de Segurança do Trabalho, Mestre em Engenharia, Auditora Fiscal do Trabalho e professora em cursos de especialização.

1 Resultado

  1. Excelente artigo!
    Acredito que na hierarquia de ações da EST em determinado setor/atividade não existe a mínima chance de sucesso se o trabalhador não estiver no centro. Principalmente pelo motivo principal, este trabalhador, na maioria das vezes, conhece muito mais da atividade e suas complicações do que nós. A nossa análise tende a ser inferior por não contar com a vivência e tentativas já realizadas pelo trabalhador. Uma conversa “desarmado” costuma trazer resultados muito mais favoráveis, e não raro, ganhando este trabalhador como aliado para convencer os demais que atuem em atividade semelhante.
    TST e EST sem o uso da audição acaba perdendo informações preciosas para melhoria da segurança dos trabalhadores nos processos.
    Afinal, é possível a comunicação sem que 2 pessoas falem, mas também ouçam?

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