Existe uma grande dificuldade dos profissionais de RH e dos técnicos e engenheiros de segurança do trabalho ao lidar com questões ligadas ao PCMSO e aos exames médicos.

Infelizmente, em muitos casos o PCMSO é coordenado por um médico terceirizado, o que costuma impor uma certa distância entre ele e os profissionais da empresa contratante.

Existem, porém, itens simples que podem ser conferidos pelos contratantes, e que fazem muita diferença na efetividade do PCMSO. Um deles está ligado aos exames médicos complementares.

Até hoje, nunca vi um profissional de RH que conhecesse os Quadros I e II da NR-7. Eles são bem simples, e seu entendimento e cumprimento já seriam de grande valia. Abaixo, segue um pedaço do Quadro I, só para mostrar a ideia geral.

Nele, se pode ver que a norma relaciona agentes químicos aos exames de laboratório necessários.

Além disso, a norma estabelece o momento em que a amostra deve ser coletada. Há casos em que a amostra de urina deve ser colhida no final da jornada de trabalho!

Isso acontece porque o tempo de metabolização do agente pode ser curto a ponto de, na manhã seguinte, ele já ter sido eliminado do corpo do trabalhador (explicação beeem simplificada, obviamente – é só para pegar a ideia geral).

E se a coleta for feita em um momento errado?

Pode acontecer, quando a amostra é coletada em horário errado, de a empresa estar obtendo falsos negativos. Isso é péssimo, porque:

1. Prejudica a elaboração do Relatório Anual do PCMSO, impedindo também a detecção da necessidade de novas medidas de controle no local;
2. Favorece o adoecimento dos trabalhadores;
3. Faz com que a empresa vá acumulando um passivo trabalhista considerável…

Em resumo: ruim para todas as partes!

Recomendo então que o RH, que é normalmente quem agenda os exames médicos, dê uma rápida lida na NR-7. Ou, ao menos, nos Quadros I e II. 😉

Façamos todos um bom trabalho!